quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PASSEIO PARA FORTALEZA - EM BREVE AS FOTOS.

Com o objetivo de contextualizar os conhecimentos repassados sobre a vida e a obra de José de Alencar, o nosso mais ilustre escritor cearense, 45 alunos do 2º ano do Ensino Médio da E.E.F.M. Frei Policarpo participaram de um passeio cultural a Fortaleza. Essa viagem foi organizada pela professora de Língua Portuguesa Fátima Leonor, que contou com a colaboração do professor de História Magno Romell e, é claro, todo o apoio do núcleo gestor, que viabilizou o transporte junto à secretaria de Educação de nosso município.
Os estudantes participaram de uma visita guiada à Casa de José de Alencar, instituição cultural mantida pela Universidade Federal do Ceará e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1968. A área da instituição abriga uma casa onde José de Alencar viveu sua infância na então cidade de Messejana, hoje bairro de Fortaleza.
O lugar era chamado de Sítio Alagadiço Novo e foi adquirido por José Martiniano de Alencar quando de sua primeira presidência na então Província do Ceará como sua residência particular. Sua área atual é de nove hectares e compreende uma pequena casa do conjunto original erquida em 1826, atualmente chamada de "casinha", as ruinas do primeiro engenho a vapor do Ceará, o prédio do museu da Renda e de Antropologia, Pinacoteca Floriano Teixeira, Sala Iracema, além do Museu Arthur Ramos com peças indígenas e instrumentos da época da escravidão.
Tiveram a oportunidade de conhecer também o Theatro José de Alencar, com seus jardins projetados por Burle Marx e fachada construída em estilo neo-clássico. O Theatro José de Alencar chama a atenção de quem passeia pelas ruas de Fortaleza. Inaugurado em 1910, depois de dois anos de obras, o local era o símbolo da civilização e progresso da cidade no início do século passado.
O Theatro José de Alencar é dividido em duas partes: a primeira, feita em alvenaria e pedra, abriga a bilheteria no térreo e um foyer no segundo andar. Já na segunda parte trata-se da sala de espetáculos, foi erguida com alvenaria e uma estrutura metálica trazida da Escócia com vitrais art-nouveau.

Outra visita de grande relevância aconteceu no Museu do Ceará. O prédio que hoje abriga esse importante museu teve sua construção iniciada em 1855 e concluída em 1871. Foi idealizado para ser a Assembléia Provincial do Ceará, em pleno Brasil-Império. Diversos engenheiros sucederam-se na direção das suas obras, que terminaram com Adolpho Herbster, também contratado pelo Governo da Província do Ceará para dirigir as reformas urbanas na capital, Fortaleza, no decurso da segunda metade do século XIX. Lá os alunos foram guiados nas seguintes exposições:
Memorial Frei Tito de Alencar: exposição apresenta alguns objetos pessoais do cearense Tito de Alencar Lima, com o objetivo de provocar reflexões sobre a trajetória de vida desse frei dominicano que sofreu os ditames do regime militar implantado no Brasil, durante a década de 1960 a 1980;

Povos indígenas: onde são expostos objetos relativos à cultura indígena, recolhidos em diferentes lugares do Brasil, entre eles o Ceará. São peças oriundas em grande parte da coleção de Tomaz Pompeu Sobrinho, cearense que se dedicou a estudar a organização das comunidades nativas.

Religiosidade popular: Essa sala concentra algumas peças referentes ao universo religioso que envolve dois homens que aturam no Cariri, região sul do Ceará. Um deles foi Padre Cícero Romão Batista, que fundou a cidade de Juazeiro do Norte. Outro foi o Beato José Lourenço, que organizou a comunidade de Caldeirão.
Caldeirão 80 anos: Exposição de objetos e imagens, testemunhas tocantes da vida e da destruição do Caldeirão, uma comunidade de camponeses criada em 1926 pelo Beato José Lourenço, sob a orientação do Padre Cícero, e destruída em 1936, quando a polícia expulsou todas as famílias que lá habitavam.
E, para finalizar o dia, como não poderia deixar de ser, o passeio terminou na Ponte dos Ingleses, popularmente conhecida como Ponte Metálica.Esse local tem uma longa história de fascínio sobre a população de Fortaleza e sobre os seus visitantes. Nenhuma outra área da cidade possui um carisma tão especial quanto esta. Nenhum outro espaço da cidade mantém uma relação de tanta cumplicidade com os poetas e boêmios de Fortaleza quanto esse bucólico recanto à beira mar. Essa relação de afetividade foi consolidada através de décadas de convivência carinhosa.
Sua construção teve início em dezembro de 1902 e se prolongou por quatro longos anos, passando a servir, até 1940, de viaduto de embarque e desembarque de passageiros e de cargas na capital cearense. Isto quer dizer que ela desempenhou a importante função de porto marítimo até a construção do porto do Mucuripe, no início dos anos 40. Com a sua desativação, a gigante e bela Ponte Metálica assumiu uma outra grande e significativa vocação: ela passou, a partir de então, a ser o ponto de encontro preferido dos jovens, artistas e boêmios, que para ali convergiam para contemplar o pôr do sol mais bonito da cidade, para namorar, para pescar descomprometidamente com o resultado da pescaria, para estimular sua sensibilidade poética ou simplesmente para usufruir do seu saboroso aconchego. Nesse lúdico e democrático espaço de conivência havia sempre lugar para todos.
Essa tradição foi se consolidando durante os anos. Em Fortaleza, por muito tempo, falar em boemia, poesia ou espaço bucólico era falar de Praia de Iracema, com o seu velho e aconchegante Estoril. Era falar do seu símbolo maior: a Ponte Metálica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário aqui.